- Contabilidade Digital
- 6 de junho de 2025
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A governança corporativa é tradicionalmente ligada a grandes empresas e corporações de capital aberto, e, com isso, vem ganhando cada vez mais relevância entre as pequenas e médias empresas.
Com os ambientes empresariais cada vez mais complexos e competitivos, apostar em práticas de governança não é mais um diferencial, mas sim uma necessidade estratégica para aqueles que buscam por um crescimento sustentável e atração de investimentos.
Durante a leitura deste conteúdo, será possível entender o que é essa governança, por que ela é importante para as pequenas e médias empresas, e muito mais. Tenha uma boa leitura!
O que você vai aprender nesse conteúdo:
ToggleGovernança Corporativa
De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a Governança Corporativa é definida como um “sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas”.
Nada mais é do que um conjunto de práticas, relacionamentos e estruturas, que tem o objetivo de melhorar a gestão e os resultados de uma organização, juntamente com a transparência, responsabilidade corporativa e equidade.
Além disso, não se trata de uma exclusividade das grandes empresas, uma vez que se adapta às realidades das pequenas e médias empresas – PMEs, proporcionando uma governança corporativa com a capacidade de fortalecer a estrutura da empresa, evitar conflitos internos e preparar os negócios para crescer de forma sustentável.
Por que as pequenas e médias empresas devem apostar na Governança Corporativa?
Mesmo que muitas PMEs sejam geridas de maneira informal, contar com as práticas presentes na governança corporativa pode gerar inúmeros benefícios, como:
- redução de conflitos entre os sócios;
- melhor controle financeiro e estratégico;
- facilidade na hora de atrair investimentos e financiamentos;
- mais profissionalização na gestão;
- preparação para crescimento ou uma sucessão futura dos negócios
Ou seja, é uma ferramenta essencial para que as pequenas e médias empresas se tornem mais sólidas e preparadas para crescer de maneira sustentável.
Conheça os pilares de uma Governança Corporativa
A implementação da governança corporativa surge por meio da compreensão de quatro pilares, sendo eles:
1- Transparência
Conta com uma disponibilização clara e objetiva das informações relevantes sobre uma empresa para todas as partes interessadas. Vai além das obrigações contábeis e legais, sendo indispensável para uma construção de credibilidade e confiança.
2- Equidade
É definida como um tratamento justo e igualitário entre sócios, considerando os seus direitos, deveres e necessidades. Em empresas familiares, por exemplo, esse pilar é superimportante para evitar conflitos de interesse e favorecimentos indevidos.
3- Prestação de contas
Os gestores precisam prestar contas da sua atuação sempre de maneira clara e responsável, ou seja, assumir as consequências dos seus atos e decisões. Processo esse que exige a definição de metas, relatórios de desempenho e indicadores.
4- Responsabilidade corporativa
Nada mais é do que a preocupação com a sustentabilidade de uma empresa a longo prazo, considerando os resultados financeiros juntamente com os impactos sociais, ambientais e éticos das ações. Essa responsabilidade implica ainda em planejamento estratégico e gestão de riscos.
Saiba quais os desafios para a implementação da Governança nas PMEs
A implementação de uma governança corporativa nas pequenas e médias empresas pode gerar vários benefícios, assim como desafios.
Muitas dessas PMEs precisam lidar com barreiras culturais, estruturais e até mesmo emocionais na hora de tentar adotar essas práticas. A seguir, veja quais os principais desafios enfrentados na hora de implementar a governança:
- Recursos limitados: de modo geral, as PMEs contam com menos recursos humanos e financeiros, podendo dificultar na contratação de consultorias ou estruturas formais de governança, por exemplo.
- Cultura empresarial centralizadora: muitas empresas contam com uma cultura de gestão centralizada em seu fundador, o que pode dificultar a delegação e o compartilhamento das decisões.
- Resistência à mudança: a adoção de práticas de governança demanda uma mudança na mentalidade, o que pode não ser bem-visto pelos sócios ou colaboradores mais antigos, principalmente quando se trata de uma empresa familiar.
- Falta de estrutura formal: as PMEs costumam operar com poucos colaboradores e nenhuma política empresarial definida, o que pode dificultar na hora de implementar práticas para prestação de contas e conselhos consultivos, por exemplo.
- Dificuldade em criar indicadores de desempenho: quando não se tem um sistema de controle eficaz, a medição dos resultados pode ser pouco confiável.
- Falta de tempo: pequenas empresas, nas quais os donos são responsáveis por quase tudo, não se tem tempo para pensar em novas estratégias ou modelos de governança.
Comece a implementação da Governança Corporativa em PMEs com esses passos básicos
Mesmo com diversas limitações, é sim possível começar a implementação da governança corporativa de maneira gradual e acessível. Veja a seguir:
1º – Organize a estrutura societária
O primeiro passo é ter um contrato social que seja claro e atualizado, definindo as responsabilidades e direitos de cada sócio, como também as regras de entrada e saída, divisão dos lucros e critérios para a sucessão.
2º – Formalize a gestão
Boa parte das pequenas e médias empresas atuam por meio de decisões informais, o que torna essencial começar a estabelecer metas e indicadores de desempenho, criar rotinas para planejamento e controle, definir papéis e responsabilidades e implantar sistemas de gestão.
3º – Tenha um conselho consultivo
Mesmo que não seja obrigatório, contar com um conselho consultivo pode ser muito útil, principalmente na hora de apoiar o gestor, ter uma visão estratégica, reduzir a centralização e agregar conhecimento para a empresa. Vale salientar que esse conselho pode contar com:
- executivos experientes para o setor;
- consultores ou mentores;
- sócios ou familiares;
- contadores que tenham visão de negócio.
4º – Aposte em boas práticas contábeis e financeiras
Entenda que a governança demanda informações confiáveis para tomada de decisões. Sendo assim, procure manter a contabilidade em dia e por dentro das normas, separe as finanças pessoais das empresariais, realize planejamentos tributários e o controle de caixa e implante auditorias internas ou externas, sempre que possível.
5º – Invista em gestão de riscos
Mesmo para as PMEs é de suma importância:
- elaborar códigos de conduta e de políticas internas;
- treinar os seus colaboradores por meio de ética e integridade;
- controlar todo o cumprimento das leis de trabalho, ambientais e fiscais;
- mapear os riscos operacionais e jurídicos.
6º – Estimule a comunicação e a transparência dos negócios
Crie canais de comunicação eficazes junto aos colaboradores (reuniões, boletins, murais), clientes e fornecedores (contratos, feedbacks) e parceiros (relatórios de desempenho, reuniões trimestrais).
7º – Sempre planeje a sua sucessão empresarial
A ausência de um planejamento sucessório é um dos grandes motivos que levam uma empresa à falência. Então, antecipe-se:
- defina os critérios e objetivos para a sucessão;
- identifique e prepare os seus sucessores;
- documente todo o processo por meio de um plano formal;
- avalie todo processo de profissionalização da gestão.
A contabilidade na Governança das PMEs e seu papel
É de extrema importância compreender que o contador é um aliado estratégico para a implantação da governança corporativa, seja para pequenas ou médias empresas. O seu papel vai muito além de cumprir as obrigações fiscais, podendo contribuir com ações importantes, como:
- informações contábeis e confiáveis;
- planejamento tributário;
- controle financeiro;
- indicadores de desempenho;
- apoio à definição de regras societárias;
- relatórios financeiros e gerenciais;
- participação em reuniões e conselhos.
Além disso, empresas que utilizam a contabilidade como um instrumento de gestão, conseguem sair na frente quando se trata da governança. Isso porque não se trata de um luxo para as grandes empresas, mas sim práticas que podem fazer a diferença para a transparência, crescimento e longevidade das pequenas e médias empresas.
Ademais, mesmo com recursos limitados, é possível iniciar uma jornada de maneira simples, capaz de organizar a gestão, reduzir riscos e aumentar o valor dos negócios.
O investimento em governança é o mesmo que investir no futuro da sua empresa, sempre com planejamento, orientação e comprometimento, fazendo com que a sua pequena ou média empresa colha frutos de uma gestão ainda mais profissional e responsável.
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